Municípios da Grande Porto Alegre discutem o enfrentamento à sífilis congênita
A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio da 2ª Coordenadoria Regional, realizou nesta terça-feira (25) um seminário para abordar o enfrentamento à sífilis congênita, quando a doença passa de mãe para filho. A regional é composta por 25 municípios, como a Capital, Vale do Gravataí, região Carbonífera e Costa Doce. Essas cidades reúnem cerca de metade dos casos da doença no Estado. A partir do evento serão elaboradas estratégias para a prevenção desses casos, já que, quando identificada e tratada em tempo oportuno, as chances de se evitar que o bebê seja contagiado são de praticamente 100%.
Em 2014, o Rio Grande do Sul registrou 1.123 casos de sífilis em crianças menores de um ano de idade. Desses, 517 estão localizados na 2ª CRS, com principal destaque para Porto Alegre, Viamão, Alvorada e Gravataí. O diretor do Departamento de Ações em Saúde da SES, Elson Farias, destaca que a sífilis congênita é um problema de saúde pública mundial. “É um desafio que nos provoca a criarmos estratégias colaborativas e redes de ação envolvendo não apenas um município isolado”, afirmou. A coordenadora da 2ª CRS, Tarsila Crusius completou dizendo que oportunidades como o seminário desta terça-feira servem para ouvir as demandas dos municípios e, a partir disso, serem construídas ações com o apoio da regional.
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma bactéria. Ela pode passar de mãe para filho durante a gestação ou no parto. Na criança ela pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.
O diagnóstico pode ser feito durante o pré-natal, através dos testes rápidos, disponíveis nos serviços da atenção básica de todos os municípios. Se identificada em tempo oportuno, o tratamento com antibiótico não só cura a mãe como também garante, com quase 100% de eficácia, que o bebê não seja contagiado, se for iniciado até 30 dias antes do parto. Outro desafio da saúde pública após o diagnóstico da gestante é sensibilizar o parceiro para também realizar o tratamento.
Com cerca de 2,7 milhões da habitantes, a 2ª Regional de Saúde é formada pelos municípios: Alvorada, Arambaré, Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Barra do Ribeiro, Butiá, Cachoeirinha, Camaquã, Cerro Grande do Sul, Charqueadas, Chuvisca, Dom Feliciano, Eldorado do Sul, General Câmara, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Mariana Pimentel, Minas do Leão, Porto Alegre, São Jerônimo, Sentinela do Sul, Sertão Santana, Tapes e Viamão.